Mais cidades decretaram situação de emergência no Rio Grande do Sul, totalizando 78, apesar de o número de pessoas fora de casa devido às enchentes vir diminuindo gradativamente. E a situação ainda deve piorar. Conforme a meteorologia, vendavais fortes e violentos com possibilidade de "episódios extremos e destrutivos" colocam a Defesa Civil em alerta neste final de semana.
O Estado, que chegou a registrar cerca de 20 mil pessoas fora de casa na quarta-feira (2), está com 15.670 nessa situação, segundo o último levantamento. São 1.624 desabrigados (reunidos em espaços públicos) e 14.046 (nas casas de amigos e parentes). Já são 78 cidades em situação de emergência e duas em estado de calamidade pública, todas por alagamentos, enxurradas ou inundações.

A previsão do tempo para os próximos dias requer cuidado. Segundo a empresa de meteorologia MetSul, o quadro é muito preocupante e de tempo severo durante o fim de semana. "A frente quente começa a recuar para o sul e pode trazer chuva forte e temporais para a metade sul e parte do oeste gaúcho já no começo do sábado", alerta a meteorologista Estael Sias.
Durante o sábado, a frente quente traz chuva forte a intensa para o sul e o oeste, como na fronteira com o Uruguai e região de uruguaiana, onde o rio Uruguai está acima do seu nível, mas baixando. Nas demais regiões gaúchas, o sol aparece com nuvens e pode fazer calor acima dos 30ºC. 
"Nestas áreas com sol, o vento norte pode soprar muito forte, com rajadas até intensas em cidades de vales e do cento do Estado, com risco de danos, especialmente para a rede elétrica. A frente faz o caminho inverso, agora como fria, deslocando-se de sul para norte no domingo, trazendo chuva desde cedo para pontos do sul, oeste e o centro do Estado, e da tarde para a noite para o norte e o nordeste gaúchos", destaca Estael.
No domingo, a frente fria quando encontrar o ar muito quente deve provocar tempestades para a maioria das regiões com risco de chuva forte a torrencial e até granizo. A maior preocupação é para o risco de vendavais durante sua passagem. "Com a presença da forte corrente de jato [vento] em baixos níveis, aumenta muito o risco de vendavais fortes a violentos com possibilidade de episódios extremos e destrutivos de vento", chama a atenção a meteorologista. 
Choveu muito forte na região metropolitana de Porto Alegre na noite de quinta-feira (3) e na madrugada de sexta (4). Conforme o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), em um intervalo de dez horas a precipitação na capital foi de cerca de 80% do esperado para todo o mês de julho. Com todo este volume, a cidade amanheceu com diversas áreas de alagamento, semáforos desligados e muito congestionamento. 
As rajadas de vento chegaram a 60 km/h e 70 km/h na maioria dos bairros. O acumulado de chuva entre as 21h de quinta e as 9h de sexta foi de 95,8 milímetros, levando em conta que a média mensal nessa época é de 121,7 milímetros.
Mas a situação mais grave ocorreu na cidade de Ibarama, na serra da região central. Uma tempestade por volta das 21h de quinta danificou a grande maioria de casas e prédios do pequeno município de 4,5 mil habitantes. Árvores e postes foram derrubados, deixando a cidade no escuro. Caiu granizo o suficiente para, em alguns locais, uma camada de 30 centímetros se formar na superfície.

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